Soneto de Agosto

Tu me levaste, eu fui... Na treva, ousados Amamos, vagamente surpreendidos Pelo ardor com que estávamos unidos Nós que andávamos sempre separados. Espantei-me, confesso-te, dos brados Com que enchi teus patéticos ouvidos E achei rude o calor dos teus gemidos Eu que sempre os julgara desolados. Só assim arrancara a linha inútil Da tua eterna túnica inconsútil... E para a glória do teu ser mais franco Quisera que te vissem como eu via Depois, à luz da lâmpada macia O púbis negro sobre o corpo branco. Vinicius de Moraes

Os poemas

Poemas nas pontas dos pés.
que nem os sente o papel...
Poemas de assombração
sumindo
pelos desvãos da alma...
Poemas que dançam,
rindo
que nem crianças...
Poemas de pé de pilão,
um baque
no coração.
E aqueles que desmoronam
- lentamente -
sobre um caixão!

Mário Quintana

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